quarta-feira, 4 de março de 2009

Ancião






Seguindo pela estrada,


Adiante eu avistava,


Um senhor que alí chorava,


Sobre uma rocha sentava.


Cheguei ao seu encontro,


Perguntei o porque do choro,


Cabisbaixo então me disse:


-Lembrança é meu consolo!


Quando jovem era querido,


Era casado, tinha três filhos.


Uma família tão unida,


Ajudou a todos no que podia.


O mais velho era doutor,


O do meio advogado,


O caçula diplomata,


Foram muito bem criados.


Aos poucos formaram família,


Viu seus netos progredindo,


Ajudando e apoiando,


Sua meta ele cumpria.


Com o tempo foi sentindo,


Que seu físico regredia,


A idade avançava, pouco à pouco,


dia-a-dia...


Sua esposa falecera,


Se sentia muito sozinho,


Sentiu na pele a indiferença,


Era um estorvo e um impecilho.


Nas épocas festivas toda família se reunia.


Sentado em sua cadeira,


Nenhum carinho recebia.


Ajudou a criar todos,


Ensinou a serem gente,


Hoje ele era um velho, abandonado e carente.


Naquela tarde entendí,


O que deseja um ancião.


Compreensão e carinho,


E de uma mão para lhe dar direção.




Marta Monaro

Um comentário:

  1. Nossa Má, achei lindo o seu poema... bem profundo, porém, é a realidade de vários por aí.

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