quarta-feira, 18 de março de 2009

Vou


Procuro, olho e não te vejo mais,

A fechadura alterou a rotina,

Da porta da gente.

Cada cômodo tem o seu jeito,

O espaço que você desenhou,

Ficou manchado de preto.

E esse espaço está me sufocando,

O chão inunda com todo o meu pranto,

Que me esvazia.

Vou lá pro alto respirar,

Na esperança de te encontrar,

De repente...

Voar além do céu que é cinza,

E ter de volta a sua magia,

Que só eu sabia e sentia.

Sei que depois da escuridão vem o dia,

Que clareia e esquenta a chama,

Que nos envolvia.

Que traz de volta aquele calor,

Do seu silêncio mostrando o amor,

Tão puro e nobre que eu tinha.

E agora a fresta da porta não mostra,

Sua sombra e o cheiro viraram-me as costas,

E eu aqui esperando,

Respostas.


Marta Monaro

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